Dia desses uma amiga minha, que está tendo um affair com um cara comprometido, veio me perguntar sobre o que eu achava dessa relação. Mesmo sendo pouco provável racionalizar coisas que envolvem sentimento, fiz um cálculo matemático que expressa muito bem, na minha opinião, esse tipo de relacionamento. Veja bem, se tudo que nós realizamos, de início já tem 50% de chance de dar errado, um romance desse vem com um desconto de mais 30% no mínimo, que pertence a outra parte do triângulo, a mulher do cara. Minha amiga não ficou muito animada com minha resposta, mas eu, na condição de ex solteira e convicta de alguns princípios, tive que ser sincera. Não acho justo, pra nenhuma das partes, esse tipo de aventura, se podemos assim dizer. A cada um, ao final da experiência, restará uma carga extremamente negativa. A começar pela intrusa, que as vezes, na ânsia de provar a si mesma que é mais mulher que a outra, se esquece que simplesmente é mulher, e que vai sofrer com a muito provável rejeição. O garanhão quase sempre acaba mal também. De querer tantas, acaba tendo nenhuma, ou fica com a pior. Não vou defender as oficiais não, essas aí muitas vezes permitem que aconteça, porque já estão tão habituadas e acomodadas ao namoro ou casamento, que preferem não ver. Nessa conta de 2+1, vai acertar quem tiver mais dignidade. Mas mesmo assim, me arrisco em dizer que quem sairá pior é a amante. Dificilmente a novidade que ela representa vai ter força capaz de desestruturar uma relação forte e madura. Pode até estremecer, mas destruir, eu duvido! No final, ela vai sair pior do que entrou, e ainda carregando um troféu de amante. Que homem que preste vai querer uma dessas como oficial?
A única chance da 3º pessoa se dar bem, é se o casal em questão já não estiver em soma, protelando em uma relação desgastada só por conveniência. E aí eu volto a falar em dignidade e sobretudo, respeito. E sobre isso também há regras, subtraimos 1 primeiro, pra depois somarmos o outro. É uma conta de várias parcelas onde a traição entra como divisora.