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sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

2+1


Dia desses uma amiga minha, que está tendo um affair com um cara comprometido, veio me perguntar sobre o que eu achava dessa relação. Mesmo sendo pouco provável racionalizar coisas que envolvem sentimento, fiz um cálculo matemático que expressa muito bem, na minha opinião, esse tipo de relacionamento. Veja bem, se tudo que nós realizamos, de início já tem 50% de chance de dar errado, um romance desse vem com um desconto de mais 30% no mínimo, que pertence a outra parte do triângulo, a mulher do cara. Minha amiga não ficou muito animada com minha resposta, mas eu, na condição de ex solteira e convicta de alguns princípios, tive que ser sincera. Não acho justo, pra nenhuma das partes, esse tipo de aventura, se podemos assim dizer. A cada um, ao final da experiência, restará uma carga extremamente negativa. A começar pela intrusa, que as vezes, na ânsia de provar a si mesma que é mais mulher que a outra, se esquece que simplesmente é mulher, e que vai sofrer com a muito provável rejeição. O garanhão quase sempre acaba mal também. De querer tantas, acaba tendo nenhuma, ou fica com a pior. Não vou defender as oficiais não, essas aí muitas vezes permitem que aconteça, porque já estão tão habituadas e acomodadas ao namoro ou casamento, que preferem não ver. Nessa conta de 2+1, vai acertar quem tiver mais dignidade. Mas mesmo assim, me arrisco em dizer que quem sairá pior é a amante. Dificilmente a novidade que ela representa vai ter força capaz de desestruturar uma relação forte e madura. Pode até estremecer, mas destruir, eu duvido! No final, ela vai sair pior do que entrou, e ainda carregando um troféu de amante. Que homem que preste vai querer uma dessas como oficial?
A única chance da 3º pessoa se dar bem, é se o casal em questão já não estiver em soma, protelando em uma relação desgastada só por conveniência. E aí eu volto a falar em dignidade e sobretudo, respeito. E sobre isso também há regras, subtraimos 1 primeiro, pra depois somarmos o outro. É uma conta de várias parcelas onde a traição entra como divisora.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Por que as mães falam tanto?


Acho que todo mundo um dia já se fez essa pergunta. Eu penso nisso praticamente todo dia, por volta das 6 da tarde quando ela chega em casa do trabalho. Ela é professora e todo dia me conta daquela colega fofoqueira, daquele aluno que dorme a aula toda e esquece os cadernos em casa, mas nunca deixa de levar a bola de futebol. Depois ela emenda no trabalho que trouxe pra casa, reclama, explica e me pede ajuda enquanto comenta algumas notícias sensacionalistas que ela viu na televisão, me ensina uma receita de bolo, pede pra eu ajudar mais em casa e relembra como eram as coisas na época dela.
         Já nem me lembro há quanto tempo isso se repete, dia após dia, aqui em casa. Confesso que já tive dias em que a falta de paciência não quis me deixar ouvi-la e eu, meio saturada, pedi que ela parasse. Numa dessas vezes, ela me disse que um dia não estaria mais aqui e então a casa ficaria silenciosa. Foi aí que eu percebi que a conversa dela é que dava à minha casa a cara e o clima que só minha casa tem e que sem ela faria silêncio sim, mas um silêncio nada acolhedor, que uma hora me daria nos nervos. Eu entendi que ela ainda me vê como um pequeno pedaço dela, apesar dos meus quase vinte anos, e que não há pessoa melhor pra confiar do que nela mesma e por isso ela gosta tanto de conversar comigo. Fiquei imaginando, também, quanta ansiedade durante aqueles quase 10 meses que ela me esperou dentro dela. Quanto assunto, quanta conversa ela planejou para quando enfim me conhecesse.
A dúvida, na verdade, não é o porquê das mães serem tão tagarelas, mas de nós, filhos, sermos tão impacientes para ouvi-las mesmo sabendo que suas palavras são únicas, ainda que repetidas várias e várias vezes. A verdade é que esse momento breve que temos de vida é fugaz, e não nos dá pistas de quanto tempo ainda resta pra aprender com quem melhor pode ensinar. Talvez seja por isso elas sintam a necessidade de falar tanto pra nós.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

domingo, 21 de novembro de 2010

Aquilo que ERA mulher


"Amélia não tinha a menor vaidade, Amélia que era mulher de verdade". Que me desculpem Ataulfo Alves e Mario Lago, mas eu vou ter que discordar. Pode até ser que no tempo de vocês esse fosse o tipo de mulher que predominava e agradava os bons partidos por aí, mas hoje em dia a coisa anda bem diferente. A mulher hoje não passa mais fome e muito menos acha mais bonito não ter o que comer. Ela é quem toma a providência, vai pra luta, e volta com arroz e feijão pra casa, não depende mais que o homem o faça. Hoje, elas não só pensam em luxo e riqueza. Elas conseguem luxo e riqueza, se quiserem. Se a Amélia era uma mulher de verdade, as mulheres de agora são surreais. Agora elas estudam, trabalham, ou as duas coisas ao mesmo tempo e ainda criam os filhos, muitas vezes sem pai e isso não impede que andem com as unhas feitas, cabelo escovado, depilação em dia. Coitada da amélia, aquela que não tinha vaidade! E por tudo isso que a mulher conquistou pra si, é bem justo que ela faça suas exigências e não se contente com um pobre rapaz. Da composição do samba, em 1942, pra cá, a "amélia" veio sendo cada vez mais ultrapassada por Marias, Anas e muitas outras mulheres de verdade que saíram da sombra de seus maridos e se tornaram protagonistas do seu próprio enredo, servindo de exemplo para as gerações que seguiram. E hoje, ninguém mais sente saudades da Amélia.

Feira Livre


A internet é como se fosse uma feirinha livre onde você leva de tudo pagando muito pouco. A indústria fonográfica já não tem como solucionar o problema da pirataria e do fácil acesso a downloads gratuitos. Já vejo a hora dos cinemas e locadoras falirem. As televisões a cabo já me parecem desnecessárias. Mas eu acho que o maior mercado disponível é o das idéias e sabe como é né, quanto maior a oferta, maior a probabilidade de nos depararmos com produtos de origem ou gosto duvidoso. A começar pelo twitter que, segundo definição que encontrei nele mesmo, é o único lugar que você pode falar sozinho e em público e mesmo assim não passar vergonha. Mas eu devo dizer que andam passando sim e muito. O que eu acho mais interessante é o compartilhamento de trechos de autores famosos e músicas em perfis de Orkut. Nesse copia que copia ninguém sabe mais quem é o autor e já tem tantas Martha Medeiros por aí quanto “quem sou eu’s”. Não que eu seja contra, logo eu que adoro citar as coisas bonitas de Chico. Só acho que deve se dar o devido crédito. Criatividade é um mérito que deve ser reconhecido. Mas se esse for o jeito de levar cultura aos navegantes, então que seja. No Brasil, onde quem ganha salário mínimo não tem direito a cinema nem a cd original, cada um se vira como pode. Meu perfil e twitter são um serviço de utilidade pública, e sei que ta ajudando, porque o que tem de gente copiando...

A síndrome da falta.


     Acontece com todo mundo. Você arrumou um emprego. Não era bem o que você queria, mas vai te dar o dinheiro que precisava. No primeiro dia você acordou 1 hora mais cedo que o necessário pra que não se atrasasse, se arrumou com cuidado pra causar boa impressão, foi simpático, fez amizades. Você está dentro do barco agora. Mas quanto tempo vai durar o entusiasmo? Agora você chega 1 hora atrasado todo dia, e não tá nem aí pra cara feia do chefe e pro seu "bom dia" pra lá de ácido. Agora, o seu relégio é o seu maior cúmplice, te lembrando a cada minuto que falta menos do que faltava antes pra você ir embora. E quando chega em casa não sobra pique pra mais nada, o que mais se quer é durmir. Sua vida agora é outra, você não pode perder horas na frente do computador, você tem que acordar cedo no dia seguinte. Seus amigos sentem falta de você, mas compreendem. Num minuto que sobra, você vê nas atualizações as fotos daquela festa que o cansaço lhe proibiu de ir e então pensa "enquanto eles gastam, eu ganho dinheiro", numa tentativa de auto-consolação que pode funcionar por muito tempo, a vida toda para alguns. Mas não pra você, você tem a síndrome da falta. Já não está se reconhecendo, não lê mais, não vê tv, não encontra amigos e o dinheiro que se ganha por isso parece não compensar. Então você resolve largar tudo, e está novamente vivendo a vida que considera sua. Acorda tarde, não está mais preso a horários, tem tempo de sobra pra todo o tipo de eventos. Mas, que coisa, isso também é temporário! A falta do cansaço é um cansaço mais dolorido ainda. Você acorda tarde porque não tem por que se levantar! Enrrola na cama até altas horas, toma café na hora do almoço, almoça na hora do jantar e anda dormindo cada vez mais tarde, quando dorme! Agora o tempo é de sobra, e como sobra! O que fazer para ocupar o dia inteiro? Os amigos? Ah, esses estão trabalhando. Começa a bater uma saudade do compromisso, do sentir-se útil. A lembrança do emprego, que foi deixado pra trás com tanto alívio, agora já não parece tão opressora, e quando você der por si, já estará enviando currículos por aí.
É uma síndrome e, sinto avisar, não tem cura! Os afetados por esse mal vão seguir por resto da vida tirando férias, sucessivamente, do mundo e de si mesmo.